domingo, 4 de outubro de 2015

SEQUENCIA DIDÁTICA

OBJETIVOS:
1. Refletir sobre a alteridade e o respeito as diferenças, reconhecendo o direito a liberdade de expressão religiosa do outro.
2. Identificar as diferentes tradições religiosas, reconhecendo sua importância.

CONTEÚDOS:
1. Valorização de si mesmo e do outro;
2. As pessoas e suas diferentes crenças;
3. Diversidade das opções religiosas;
4. Tradições religiosas africanas e afro-brasileiras;
5. Diversidade religiosa no Brasil e no mundo.

CRITÉRIOS:

VERIFICAR SE O(A) ALUNO (A):

1.Reconhece o outro, vivenciando o respeito as diferenças religiosas no convívio social.
2.  Identifica a diversidade religiosa, dialogando com pessoas de outras crenças religiosas.

METODOLOGIA:

Iniciar com uma pesquisa sobre as tradições religiosas afro- brasileiras, a  partir do Candomblé, Umbanda e Jurema.
Leitura de textos relacionados ao tema.
Assistir vídeos e filmes relacionados ao tema;
Análise de dados referentes as Religiões na África, presença das religiões ocidentais e orientais.
Construir maquetes de espaços religiosos.
Construir objetos utilizados em diferentes rituais: mascaras, instrumentos musicais etc.

MATERIAIS E RECURSOS DIDÁTICOS

Textos de reflexão e pesquisa;
Livros de literatura afro-brasileira.
Vídeos de documentários, filmes e desenhos animados.
Materiais para a confecção de máscaras etc.

RESULTADOS 

A avaliação será realizada no final da sequencia didática.


REFERENCIAS:
www.acordacultura.com.br
profkerinensinoreligioso.blogspot.com.br

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Cultura-africana. Uma árvore chamada Macumba


                                              Macumba  uma árvore africana
"Por que o fogo queima?
 Por que a lua é branca
 Por que a Terra roda...
 Por que o sangue corre
 Por que a gente morre
 Do que é feita a nuvem 
Do que é feita a neve"...?

Paula Toller. Música Oito Anos
    
A lenda é um gênero literário que tem origem na oralidade, sendo suas histórias contadas às gerações, na tentativa de dar respostas aos nossos muitos porquês (?).
Há séculos as lendas são repassadas de geração à geração, tentando dar respostas ao que a ciência não consegue comprovar. As lendas são histórias bem contadas , que revelam formas diferentes de compreender o mundo. Todas as culturas e religiões tentam explicar a origem e o porquê das coisas, do mundo e da humanidade. Há muitas lendas, contos, histórias e mitos de origem africana, diretamente relacionadas às florestas, aos animais, à agricultura, aos bravos guerreiros, misticismos e religiões etc. A oralidade ancestral africana inspirou este post, onde destacamos três lendas vindas da África sobre animais, para você conhecer, interpretar, dramatizar, e compreender como os povos africanos tentam explicar os mistérios da natureza.
A Lei 10.639 de 9 de janeiro de 2003 tornou obrigatório o estudo da História e da Cultura Afro-brasileira e Africana nas escolas de todo país, destacando a literatura como um dos caminhos para a construção desses conhecimentos

"Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim" (Chico Xavier).

Macumba é o nome de uma árvore africana, considerada sagrada, em torno da qual aconteciam os rituais para homenagear os mortos, a confraternização tribal pela vitória, o agradecimento aos orixás pelo alimento vindo da natureza. trazida para o Brasil, embaixo de sua sombra os escravizados se reuniam para homenagear seus orixás e matar saudades da terra natal.
Macumba é também nome de um instrumento musical de percussão, espécie de reco-reco de origem africano, feito de madeira (bambu). No Brasil é utilizado em cerimônias de religiões afro-brasileiras, como o candomblé e umbanda.
Macumbeiro é o tocador desse  instrumento. O termo é usado de forma pejorativa para se referir às religiões de origem afro-brasileira. Nos dias atuais o termo macumba tem os seguintes sinônimos: som, tambor, timbalê , catimbó, atabaque (tambor); local de oração, vodu, magia negra, umbanda, ritual deste culto acompanhado de cantos e danças ao som do tambor.
 " Sou macumbeiro
sou poeta e brasileiro
um pé na África 
e outro no Brasil "
Autor: Domínio público.


Lendas 


Girafa

Há muito, muito tempo, a girafa era um animal igual aos outros, com um pescoço de tamanho normal. Houve então uma terrível seca. Os animais comeram toda a erva que havia, até mesmo as ervas secas e duras, e andavam quilómetros para ter água para beber. 
Um dia, a Girafa encontrou o seu amigo Rinoceronte. Estava muito calor e ambos percorriam lentamente o caminho que levava ao bebedouro mais próximo e lamentavam-se.
- Ah, meu amigo - disse a Girafa, - vê só... Tantos animais a escavar o chão à procura de comida... Está tudo seco, mas as acácias mantêm-se verdes.
- Hum, hum - disse o Rinoceronte (que não era - e ainda não é - muito falador).
- Seria tão bom - disse a Girafa - poder chegar aos ramos mais altos, às folhas tenras. Há muita comida mas não conseguimos lá chegar porque não conseguimos subir às árvores.
O Rinoceronte olhou para cima e concordou, abanando a cabeça:
- Talvez devêssemos ir falar como o Feiticeiro. Ele é sábio e poderoso.
- Que bela ideia! - disse a Girafa. - Sabes onde fica a casa do Feiticeiro?
O Rinoceronte acenou afirmativamente e os dois amigos dirigiram-se para a casa do Feiticeiro após matarem a sede.
Depois de uma caminhada longa e cansativa, os dois chegaram a casa do Feiticeiro e explicaram-lhe ao que vinham.
Depois de os ouvir, o Feiticeiro deu uma gargalhada e disse:
- Isso é muito fácil. Voltem amanhã ao meio-dia e eu dar-vos-ei uma erva mágica. Ela fará com que os vossos pescoços e as vossas pernas cresçam. Assim, poderão comer as folhas tenras das acácias.
No dia seguinte, só a Girafa chegou à cabana na hora marcada. O Rinoceronte, que não era lá muito esperto, encontrou um tufo de erva ainda verde e ficou tão contente que se esqueceu do compromisso.
Cansado de esperar pelo Rinoceronte, o Feiticeiro deu a erva mágica à Girafa e desapareceu. A Girafa comeu sozinha uma dose preparada para dois. Sentiu imediatamente uma sensação estranha nas suas pernas e pescoço e viu que o chão estava a afastar-se rapidamente. “Que engraçado!” pensou a Girafa, fechando os olhos pois começava a sentir-se tonta.
Passado algum tempo abriu lentamente os olhos. Como o mundo tinha mudado! As nuvens estavam mais perto e ela conseguia ver longe, muito longe. A Girafa olhou para as suas longas pernas, moveu o seu pescoço longo e gracioso e sorriu. À sua frente estava uma acácia bem verdinha... A Girafa deu dois passos e comeu as suas primeiras folhas.
Após terminar a sua refeição, o Rinoceronte lembrou-se do compromisso e correu o mais depressa que pôde para a casa do Feiticeiro. Tarde demais! Quando lá chegou já a Girafa comia, regalada, as folhas da acácia. 
Quando o feiticeiro lhe disse que já não havia mais ervas mágicas, o Rinoceronte ficou furioso, pois pensou que tinha sido enganado e não que fora o seu enorme atraso que o tinha prejudicado. Tão furioso ficou que perseguiu o Feiticeiro pela savana fora. 
Diz-se que foi a partir desse dia que o Rinoceronte, zangado com as pessoas, as persegue sempre que vê uma perto de si.

Atividades:

Responda:
a) Há três personagens principais na lenda. Quais são?
b) Diz a lenda, que a girafa era um animal igual aos outros, com um pescoço de tamanho normal. Como a lenda explica a origem do longo pescoço da girafa?

 Os três irmãos 

Três irmãos, há muito e muito tempo, viviam em uma pequena aldeia no antigo reino do Congo. Os rapazes eram perdidamente apaixonados pela princesa real. Mas, como eram simples aldeões, sabiam que nenhum deles poderia se casar com a moça.
Desiludidos, os três saíram mundo afora, em busca de uma nova vida. Andaram, andaram e andaram, durante dias e noites infindáveis, através de florestas e desertos, até alcançarem um povoado oculto entre montanhas. Apavorados, descobriram que o misterioso lugar era habitado por seres dotados de poderes sobrenaturais.
Os três, imediatamente, foram aprisionados e obrigados a trabalhar como escravos. Como um sempre ajudava os outros, todas as tarefas foram concluídas. Por isso, após um ano de cativeiro, foram soltos. E, como prêmio pelos serviços prestados, cada um recebeu um presente mágico.
O irmão mais velho ganhou um espelho, no qual podia ver qualquer coisa que estivesse acontecendo. O do meio ganhou um tapete voador, capaz de levar seu dono aos lugares mais distantes, numa velocidade impressionante. E o irmão mais novo ganhou uma rede de malhas de aço, com a qual podia capturar o que quisesse.
À noite, o irmão mais velho viu em seu espelho que a princesa, por quem ainda eram enamorados, iria se casar naquele exato instante com um monstro que havia se disfarçado de humano.
Os três, na mesma, subiram no tapete do irmão do meio e, cruzando os ares, chegaram bem a tempo de interromper a cerimônia. E, graças à rede do irmão mais novo, aprisionaram o monstro.
O rei, agradecido, resolveu dar a filha em casamento a um dos rapazes. Mas ele, pensou, pensou e não conseguiu escolher nenhum dos três.  Pois, de acordo os conselheiros reais, todos os irmãos haviam tido um papel importante.
Eu também, quando conto esta história, sempre fico na dúvida. E você leitor? Em sua opinião, qual dos três merece receber a mão da bela princesa? O dono do espelho, o do tapete ou o da rede ? Por quê?
Atividades:
a) O que impedia a qualquer dos três irmãos casar-se com a princesa?
b) Por que cada um dos irmãos recebeu um presente mágico?
c) Cite o presente mágico recebido por cada um dos três irmãos: * irmão mais velho; * irmão do meio; * irmão novo.

O Sapo e a Cobra


Era uma vez um sapinho que encontrou um bicho comprido, fino, brilhante e colorido deitado no caminho.
- Alô! Que é que você está fazendo estirada na estrada?
- Estou me esquentando aqui no sol. Sou uma cobrinha, e você?
- Um sapo. Vamos brincar?
E eles brincaram a manhã toda no mato.
- Vou ensinar você a pular.
E eles pularam a tarde toda pela estrada.
- Vou ensinar você a subir na árvore se enroscando e deslizando pelo tronco.
Eles subiram. Ficaram com fome e foram embora, cada um para sua casa, prometendo se encontrar no dia seguinte.
- Obrigada por me ensinar a pular.
- Obrigado por me ensinar a subir na árvore.
Em casa, o sapinho mostrou à mãe que sabia rastejar.
- Quem ensinou isso para você?
- A cobra, minha amiga.
- Você não sabe que a família Cobra não é gente boa? Eles têm veneno. Você está proibido de brincar com cobras. E também de rastejar por aí. Não fica bem.
Em casa, a cobrinha mostrou à mãe que sabia pular.
- Quem ensinou isso para você?
- O sapo, meu amigo.
- Que besteira! Você não sabe que a gente nunca se deu bem com a família Sapo? Da próxima vez, agarre o sapo e... Bom apetite! E pare de pular. Nós cobras não fazemos isso.
No dia seguinte, cada um ficou na sua.
- Acho que não posso rastejar com você hoje.
A cobrinha olhou, lembrou do conselho da mãe e pensou: "Se ele chegar perto eu pulo e devoro ele. "
Mas lembrou-se da alegria da véspera e dos pulos que aprendeu com o sapinho.
Suspirou e deslizou para o mato.
Daquele dia em diante, o sapinho e a cobrinha não brincaram mais juntos.
Mas ficavam sempre no sol, pensando no único dia em que foram amigos.

Atividades:

a) Cite os personagens dessa lenda:
b) Por que as mães da cobrinha  e do sapinho não teriam a amizade entre eles?
c) Você achou correto? O que você faria no lugar daqueles pais?



Vamos praticar:
Vamos ver o que você aprendeu. Releia os textos.
1) Elabore um questionário com perguntas e respostas sobre a girafa.
2) Escolha a lenda que você mais gostou. Que final você daria para a história escolhida?
3) Você já sofreu preconceito?


Fonte: http://serravallenaafricadosul.blogspot.com.br/




domingo, 18 de janeiro de 2015

CALENDÁRIO NEGRO

O CALENDÁRIO NEGRO, traz informações sobre datas que marcaram a história do negro no Brasil e no mundo, histórias de lutas, datas que merecem e merecerão ser lembradas.


JANEIRO
01 - Dia Mundial da Paz
01 - Independência do Haiti /1804
02 - Fundação da Irmandade do Rosário dos Homens Pretos, em São Paulo, SP /1771
03 - Fundação da União dos Homens de Cor de Porto Alegre, RS / 1943
06 - Circula pela primeira vez o jornal O Clarim da Alvorada, organizado por José Correia Leite e Jayme de Aguiar/ 1924
06 - Nascimento de Juliano Moreira, médico psiquiatra considerado pai da psIquiatria brasileira, em Salvador, BA / 1873
08 - Fundado o Congresso Nacional Africano - CNA - África do Sul /1913
15 - Nasce Martin Luther King Jr. / 1929
15 - O governo baiano suprime a exigência de registro especial para templos de ritos afro-brasileiros
20 - Assassinado pela polícia portuguesa Amílcar Cabral, poeta revolucionário, lutador pela liberdade da Guiné e Cabo Verde 
24 - Revolta dos Malês, na Bahia /1835 
26 - Nasce Angela Davis, EUA
29 - Morre José do Patrocínio, o "Tigre da Abolição" , jornalista negro e ativista da causa abolicionista
31 - Nascimento, em 1582, de Nzinga, rainha de Angola de 1633 a 1663

domingo, 20 de julho de 2014

COMO TRABALHAR A LEI Nº 10.639/2003 SUGESTÕES PARA AS DISCIPLINAS

COMO TRABALHAR A LEI Nº 10.639/2003 E AS DIRETRIZES CURRICULARES PARA A EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS E HISTÓRIA E CULTURA
AFRO-BRASILEIRA E AFRICANA NA ESCOLA?

Temos a lei. E agora? Agora trata-se de avançarmos na articulação da lei e seus princípios norteadores com
a prática cotidiana das escolas. Como vencer as resistências dentro e fora do contexto escolar? Que abordagens fazer? Tudo isso a conselheira Petronilha aborda com propriedade e riqueza de detalhes no Parecer do Conselho Nacional de Educação que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para as Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana.
Apresentamos aqui algumas sugestões. Estes são frutos de atividades já desenvolvidas por vários educadores de escolas públicas do Paraná.

Sugestões de atividades para as escolas:
• realização de atividades que propiciem o contato com a cultura africana e afro-descendente, culminando em
desfiles, exposições, mostras de tetro e dança nas quais sejam apresentados penteados, vestimentas, adereços, utensílios, objetos e rituais resultantes desse processo;
• valorizar a diversidade étnica brasileira, a partir de discussões e atividades  que tenham como foco a criança e o jovem negro, a sua família em diferentes contextos sociais e profissionais;
• elaboração de pesquisas e debates sobre o espaço dos afrodescendentes e de sua cultura nos meios de comunicação de massa (em especial na TV).

Língua Portuguesa e Literatura
• Realizar com os alunos estudos e pesquisas de países que falam a língua portuguesa. o que os une? Quais as
razões? Atualmente como estão estes países? Qual a composição étnica? Diferenças do Português falado e
escrito entre eles. Exemplos: Na alimentação: vatapá, acarajé, caruru, canjica, etc. Na música: os instrumentos musicais, maracá, cuíca, atabaque, reco-reco, agogô. Na religião: umbanda e candomblé.
• Após debates em sala, a partir de textos trabalhados com os alunos, solicitar que produzam textos sobre temas como: o racismo no Brasil, a presença do negro na mídia, políticas afirmativas, cotas, mercado de trabalho, etc.
• Trabalhar com as implicações da carga pejorativa atribuída ao termo negro e outras expressões do vocabulário.
• Realizar com os alunos estudos de obras literárias de escritores negros como Cruz e Souza; Lima Barreto.
Machado de Assis; Solano Trindade, etc. destacando a contribuição do povo negro à cultura nacional.
• Incluir os conteúdos de literatura, o estudo do Teatro Experimental de negro iniciado no Rio de Janeiro em 1944 e a pesquisa sobre a Imprensa negra brasileira no início da década de 20. Alguns jornais produzidos por afrodescendentes que circularam semanalmente durante até mais de 50 anos.
• Utilizar pesquisas e revistas produzidas pela comunidade afrodescendente do seu município.
• Trabalhar a leitura e interpretação de letras de músicas relacionadas à questão racial.
• Trabalhar com os gêneros musicais do samba e rap. cultura afro
• Poesias que podem ser feitas pelas próprias crianças relacionadas ao povo afrodescendente e sua cultura. A
partir dessa literatura a criança afrodescendente constrói uma imagem da realidade social que não a inclui.
• Realizar estudos de obras brasileiras que discutam, abordem questões relacionadas a cultura afro-brasileira:
Macunaíma, Mário de Andrade; Casa Grande e Senzala, Gilberto Freyre; O Escravo, Castro Alves; Sermões do Pe.
Antonio Vieira; A Cidade de Deus, Paulo Lins; O Mulato, Aluísio Azevedo; O Bom Crioulo, Adolfo Caminha.
• Na pintura, leitura e interpretação de obras de Di Cavalcanti, Lazar Segall e Cândido Portinari que retratam a figura
do negro.

História
O professor de História precisa construir um novo olhar sobre a história nacional e regional/local, ressaltando a contribuição dos africanos e afrodescendentes na constituição da nação brasileira.
Algumas visões equivocadas sobre o negro e o continente africano devem ser desmitificadas, entre elas:
• a do negro visto como escravo: não se pode naturalizar a situação do negro como escravo. Os negros não eram escravos, foram escravizados. A África não é uma terra de escravos. Os povos africanos eram portadores de história, de saberes, conhecimentos, na maioria das vezes transmitidos pela oralidade;
• a da África como um continente primitivo: a imagem de que o continente africano é povoado por tribos primitivas em imensas florestas está presente no imaginário da maioria das pessoas. Imagem construída pelos meios de comunicação e pelos próprios livros didáticos. Na África tivemos grandes nações e impérios (como por exemplo o Egito Antigo). Muito das tecnologias utilizadas no Brasil, no cultivo da cana-de-açúcar e na mineração, foram trazidos pelos negros oriundos da África;
• a de que o negro foi escravizado porque era mais dócil, menos rebelde que os indígenas: Esta idéia está presente em boa parte dos livros didáticos. Omite-se que a história dos africanos escravizados está inserida num contexto de acumulação de bens de capital, ocorrida entre os séculos XVI e XIX, envolvendo África, Europa e Américas.
No Brasil há uma história de organização e resistência, desde as vindas nos navios negreiros, as fugas individuais e coletivas para os quilombos, a organização em irmandades, a resistência da cultura nas manifestações religiosas dos batuques e terreiros, até as formas de negociação para a conquista da liberdade;
• a da democracia racial: que se forjou na sociedade brasileira, mascarando o tratamento desigual destinado aos afrodescendentes.
Sugere-se para a disciplina de História, entre outros, o trabalho com os seguintes temas:
Estudo...
• dos grandes reinos africanos, as organizações culturais, políticas e sociais de Mali, do Congo, do Zimbabwe, do Egito, entre outros;
• dos povos escravizados trazidos para o Brasil pelo tráfico negreiro e as conseqüências da Diáspora Africana;
• das resistências do povo negro (Quilombos, Revolta dos Malês, Canudos, Revolta da Chibata e todas as formas de negociação e conflito);
• da promulgação da Lei de Terras e do fim do tráfico negreiro(1850) e o impacto das ideologias de branqueamento (darwinismo social) sobre o processo de imigração européia;
• dos remanescentes de quilombos, sua cultura material e imaterial;
• da Frente Negra Brasileira, no início dos anos 30, criada em São Paulo;
• do significado da data 20 de novembro, repensando o 13 de maio.
cultura afro  

Geografia
Sendo a Geografia a ciência cujo objeto é o espaço geográfico e suas inter-relações, caberá ao professor desta disciplina tratar dos seguintes contextos:
• População brasileira: miscigenação de povos;
• Distribuição espacial da população afrodescendente no Brasil;
• A contribuição do negro na construção da nação brasileira;
• O movimento do povo africano no tempo e no espaço;
• Questões relativas ao trabalho e renda;
• A colonização da África pelos europeus;
• A origem dos grupos étnicos que foram trazidos para o Brasil ( a rota da escravidão);
• A política de imigração e a teoria do embranquecimento no mundo;
• Localizar no mapa e pesquisar sobre a atualidade de alguns países ( como vivem, população, idioma, economia, cultura, história, música, religião);
• Estudo da organização espacial das aldeias africanas ( questões urbanísticas);
• Estudo de como o continente africano se configurou espacialmente: as (re)divisões territoriais;
• Análise de dados do IBGE sobre a composição da população brasileira por cor, renda e escolaridade no país e no município em uma perspectiva geográfica.
• Discussões a respeito de práticas de segregação racial, como as acontecidas, por exemplo na África do Sul , e
nos Estados Unidos da América..
Ensino Religioso
• Estudar a influência das celebrações religiosas das tradições afros na cultura do Brasil;
• Pesquisa sobre as religiões africanas presentes no Brasil;
• Estudo dos orixás.

Educação Artística/Arte
• A presença de elementos e rituais das culturas de matriz africana nas manifestações populares brasileiras:
Puxada de rede, Macululê, Capoeira, Congada, Maracatu, Tambor de crioulo, Samba de roda, Umbigada, Carimbó,
Côco e etc;
• Danças de natureza:
Religiosa: candomblé
Lúdica: brincadeira de roda
Funerárias: Axexê
Guerreira: Congada
Dramáticas: Maracatu
Profanas: Jongo;
• A contribuição artística da cultura africana na formação da Música Popular Brasileira: origem do Batuque, do Lundu e do Samba, entre outros;
• Poética musical envolvendo a temática do negro;
• Nossos cantores e compositores negros: A Cultura Africana e Afro-brasileira e as Artes Plásticas: máscaras, esculturas (argila, madeira, metal); ornamentos; tapeçaria; tecelagem; pintura corporal; estamparia;cultura afro
• Artistas plásticos como Mestre Didi (Bahia- Brasil) e a presença/influência da arte africana nas obras de artistas contemporâneos;
• Proposta interdisciplinar: explorar os conteúdos sobre a estrutura de Fractais (física e matemática) presentes na arte africana (penteado, arquitetura, música, estamparia, objetos decorativos, etc).
As sugestões devem ultrapassar a condição de conteúdos, para que possam ser analisados e recontextualizados pela ótica das artes e serem avaliadas esteticamente através dos elementos do movimento, do som, dos elementos plásticos: da cor, da forma, etc.

Biologia/Ciências
Sugere-se aqui algumas temáticas possíveis, a serem desenvolvidas no ensino de Ciências e Biologia, que
contemplam as Relações Étnico-Raciais e o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana:
• Estudo sobre as teorias antropológicas;
• Desmistificação das teorias racistas, destituindo de significado a pseudo “superioridade” racial;
• Estudo das características biológicas (biotipo) dos diversos povos;
• Contribuições dos povos africanos e de seus descendentes para os avanços da Ciência e da Tecnologia;
• Análise e Reflexão sobre o panorama da saúde dos africanos, in loco. Essa análise deve considerar os aspectos políticos, econômicos, ambientais, culturais e sociais intrínsecos à referida situação. Neste sentido, o professor de Ciências e Biologia pode abordar os conflitos entre epidemias/endemias e o atendimento à saúde, entre as doenças e as condições de higiene proporcionadas a população bem como o índice de desenvolvimento humano (IDH).

Educação Física
Atividades que podem ser desenvolvidas nas aulas de Educação Física:
• Estudo das práticas corporais da cultura negra, em diferentes momentos históricos;
• As danças e suas manifestações corporais na cultura Afro-Brasileira;
• Os brinquedos e brincadeiras na cultura africana e sua ressignificação nas práticas corporais afro-brasileiras;
• Os jogos praticados no Brasil pelos afro-descendentes e africanos numa perspectiva histórica;
• As manifestações corporais expressas no folclore brasileiro;
• A capoeira, seus significados e sentidos no contexto histórico-social, como elemento da cultura corporal.
Através da capoeira é possível resgatar toda historicidade do negro, desde o momento em que foi retirado do continente africano. São exemplos significativos as suas danças de guerra, caça, festas, como a da puberdade e as grandes caminhadas pelas florestas. Tais elementos representam subsídios na construção de propostas para o trabalho pedagógico nas escolas.

Matemática
• Análise dos dados do IBGE sobre a composição da população brasileira e por cor, renda e escolaridade no país e no município.
• Analisar pesquisas relacionadas ao negro e mercado de trabalho no país.
• Realizar com os alunos pesquisas de dados no município com relação à população negra.

FONTE:


culturaafrocristorei.blogspot.com.b

quarta-feira, 18 de junho de 2014

♫BENÇÃO YORUBÁ♫



QUE A ÁGUA SEJA REFRESCANTE, 
QUE A CASA SEJA HOSPITALEIRA, 
QUE O MENSAGEIRO CONDUZA EM PAZ 

NOSSA PALAVRA” 

*ENCONTREI MINHAS ORIGENS*

Encontrei minhas origens
Em velhos arquivos
Livros
Encontrei
Em malditos objetos
Troncos e grilhetas
Encontrei minhas origens
No leste
No mar em imundos tumbeiros
Encontrei
Em doces palavras
Cantos
Em furiosos tambores
Ritos
Encontrei minhas origens
Na cor de minha pele
Nos lanhos de minha alma
Em mim
Em minha gente escura
Em meus heróis altivos
Encontrei
Encontrei-as, enfim
Me encontrei.
(*) O professor, poeta e pesquisador gaúcho Oliveira Ferreira da Silveira foi o idealizador do Dia da Consciência Negra


CARTA AOS ORIXÁS




Que eu seja forte, como o grito de guerra dos negros velhos, que na aflição encontraram sua força.
Que eu seja puro, como as crianças que encontraram
na morte o recomeço da vida.
E assim como os índios e caboclos das matas, eu conheça
a cura, a sabedoria, e a simplicidade.
Pra que nem na derrota, eu desista da luta e da evolução...
Que eu veja no aprendizado de hoje, minhas lições do passado.
Que eu seja guerreiro, extrovertido, como os baianos, pra que o convívio comigo mesmo seja mais que suportável.
Que eu tenha sorte no amor, na vibração das pomba giras,
minha vida eterna seja boa companhia.
E assim como os guardiões, eu seja forte, sem perder a ternura,
e não tenha medo da luta.
Pra que nem no desespero, eu perca a fé,
a noção do amor e da caridade...
E que mesmo que seja traído, que tenha inimigos,
eu não perca o amor ao próximo.
Que eu não esqueça meu caminho, que eu siga sempre a luz.
e pra me divertir, que seja como os exús, que na tristeza enxergam alegria, e nas trevas enxergam a luz.
Que eu seja criança, adulto e ancião.
Sendo puro, aprendiz e sábio.
Que eu seja sempre lembrado e testado...
Pra que minha vida não perca o sentido.
Que Ogum me proteja com sua lança de luz.
Que Oxúm me abençoe em seus grandes rios.
Que Iemanjá me lave em suas águas salgadas.
Que Xangô me mantenha em justiça.
Que Obaluae me permita ter saúde.
Que Oxóssi me traga a sabedoria.
Que Iansã abra meus caminhos.
Que Nanã me acaricie como neto.
E que quando encontrar me com o destino final
de todo ser encarnado, seja abençoado por Omulú.
Pra que me torne, um mensageiro direto de Oxalá...
Salve o povo da direita, salve o povo da esquerda...

(por Rafael Ramos @poetavadio)