terça-feira, 8 de novembro de 2011

Oficinas - 2010
















Curso de Cidadania e Identidades Negras nas Escolas 2010

Módulo  I
História da África e das populações negras no Brasil 





 Neste módulo os professores cursistas adquiriram o conhecimento, passando a compreender a História da África e das populações negras no Brasil. Na escola como em toda a sociedade brasileira, as diferenças étnico-culturais não são respeitas, é um ambiente em que os preconceitos e práticas racistas são muitas vezes difundidos, mostrando um racismo velado.
De acordo com Ruth Martins Valentim e José Licínio Backes  “a sociedade traz consigo de forma muitas vezes velada, os anacrônicos malefícios do racismo, que têm provocado disparidades sociais nas quais os índices mais baixo têm sido destinados aos negros comparados aos brancos. É oportuno observar que o modelo econômico social existente tem sido muito injusto com a população menos favorecida economicamente e que em grande parte dentre os mais alijados encontram-se os negros”.
A educação voltada para as relações étnico-raciais e para o ensino de história e cultura afro- brasileira e africana promove a igualdade étnico – racial/social e a não discriminação das pessoas negras.
E no futuro os negros participarão de forma efetiva em condição de igualdade com as outras pessoas, no acesso as universidades, a cargos e funções em todos os setores da sociedade.
A Lei Federal 10.639 estabelece nos currículos escolares uma nova abordagem da história africana e dos escravizados, quando busca apresentar e investigar uma história que não foi contada, estudada, e que quando as vezes, esta foi mencionada, foi vista sob uma ótica eurocêntrica.



Módulo II
Religião e Religiosidades Afro-brasileiras
Profª.Msª. Ivonildes da Silva Fonseca/Prof.Ms.Wollace Ferreira de Souza









Neste módulo foi debatido o conteúdo de Religião e Religiosidade Afro-brasileira e afro- indígena. Segundo depoimentos dos professores o módulo ajudou na desconstrução dos preconceitos da religião e religiosidade.
 Neste módulo foi observada certa resistência por parte dos cursista o que não tem explicação já que a religião Afro – brasileira e afro – indígena  é a prática de uma doutrina baseada em valores de Paz, Justiça, Amor fraterno e Sacralização da vida" ( Babalawo Ivanir dos Santos).
As religiões dos bantos, iorubas e fons são religiões de culto aos ancestrais, que se fundem nas famílias e suas linhagens. (Reginaldo Prandi, Revista USP, São Paulo (28): 64-83, Dezembro/ 95/96. )
            Elas podem ser trabalhadas com músicas já que são cantadas na MPB como por exemplo citamos “Em 1964, através da TV Excelsior Elis Regina canta “Arrastão” de Ruy Guerra e Edu Lobo: “Eh, meu irmão me traz Iemanjá pra mim/Nunca jamais se viu tanto peixe assim...”, “O Canto de Ossanha” de Vinicius e Baden.   
O que também facilita a introdução da Religião e Religiosidade afro - brasileira e afro – indígena é o conhecimento das lendas sobre as entidades religiosas do catolicismo e os mitos sobre as entidades africanas ou indígenas.


Módulo III
Culturas Afro-brasileiras

Profª. Drª.  Patrícia Cristina de A Araújo/ Profª. Drª.  Maria Lindaci Gomes de Souza









Neste módulo ocorreu uma análise sobre as culturas afro-brasileiras a partir da  sua importância no ensino no fundamental. Possibilitando a compreensão da diversidade afro – brasileira como patrimônio histórico-cultural nacional que contribuiram na organização de uma educação patrimonial das relações etnicorraciais.
Segundo Roque de Barros Laraia, a palavra cultura tem origem com o termo germânico Kultur, o qual simbolizava todos os aspectos espirituais de uma comunidade e, o termo francês, civilization, era utilizado para referir às realizações materiais de um povo.
De acordo com o plano de desenvolvimento do módulo elaborado pelas Profª.Patrícia e a Profª.Lindaci foi abordado a religiosidade, a dança, a culinária, a matriz africana na cultura brasileira, o mito da democracia brasileira, o preconceito racial a moda brasileira, a cultura negra no espaço urbano e rural.
Segundo depoimentos de professores cursistas ocorreu uma modificação da maneira de como era vista as culturas afro – brasileiras sempre de forma folclorizada, valorizando se o europeu como detentor  de uma“culturasuperior e civilizada”.

Módulo IV
Literaturas Africanas e Afro-brasileiras
Profª. Drª Rosilda Alves Bezerra





De acordo com os professores o módulo mostrou que a literatura pode ser veículo de promoção da igualdade étnico-racial na escola e  através da leitura podemos fazer a seleção de texto que levem a construção de espaços voltados a equidade social e étnico – racial.
Os professores foram habilitados a compreender as questões relacionadas à diversidade etnicorracial e lidar positivamente com elas criando estratégias pedagógicas que possam auxiliar os alunos na construção do saber acerca da história e cultura afro-brasileiras e africanas e desconstruindo preconceitos. 



segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Plano de Aula: Diversidade Étnico- Racial


Trabalhar a diversidade étnico-racial não deve se restringir ao dia 20 de novembro, como já é conhecido ela deve ser inserido no currículo escolar em todas as áreas do conhecimento: língua portuguesa, história, geografia, matemática, ciências e artes. Nesta série de post você ficará conhecendo um pouco mais sobre esta temática e como trabalhar esta vasta cultura em sala de aula.
A Diversidade Étnico- Racial, é uma questão que, infelizmente, ainda é um tabu a ser quebrado em sala de aula, inúmeras inseguranças tomam conta do educador. Muitos colocam a culpa na falta de material, mas há uma gama de materiais sobre o assunto, apesar de muitos aparecerem de forma não-explícita. Ainda há materiais que podem ser adaptados e criados para contribuir para o enriquecimento do assunto.
O desenvolvimento deste projeto visa levar aos alunos as ferramentas necessárias para que ele tenha consciência da importância e influência da cultura africana na sociedade atual, visando a contribuição na construção de sua personalidade, seja como afro-descendente ou não, além de incutir o respeito a diversidade nas características físicas e culturais.
Conhecer a raiz da história africana e os termos comuns a este aprendizado, é essencial para que o educador conduza de forma eficiente e eficaz o assunto. Além da quebra de pré-conceitos, inerentes à conduta do ser humano.
De acordo com a Lei 10.639, de 09 de janeiro de 2003, o estudo da História da África e dos Africanos e a contribuição da cultura negra na formação do povo brasileiro tornam-se obrigatórios no currículo escolar. Essa lei passou a valer para todos os níveis da educação básica com a instituição das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais.
O Brasil é a segunda maior nação negra do mundo e foi necessária a criação de uma lei para que houvesse um tardio reconhecimento da importância da cultura negra na sociedade brasileira. A implantação desta lei não relega o papel do negro na História do Brasil como simples escravizado e sim como um grande contribuidor do multiculturalismo que é o nosso país. Com isso, buscamos explicitar alguns conceitos que sustentam este trabalho.
É base para o ser humano, em seu desenvolvimento, o autoconhecimento. De que adianta "inserir" no sujeito conhecimentos matemáticos, lingüísticos, geográficos, científicos?, Se ela não se identifica com o meio no qual vive, não se conhece como sujeito, não se sente integrada a sociedade. Ela pode ser capaz e
aprender os conceitos, mas não os usará para transformar o local/ meio onde vive.
Sem o autoconhecimento, através da construção de sua identidade não forma-se cidadãos ativos e atuantes.
A opinião do grupo no qual está inserida também conta no processo de construção da identidade, por isso a discriminação pode ser um fator opressor na formação do ser humano. As pessoas negras constroem sua identidade a partir de modelos ditados pelos não-negros, que geralmente assumem atitudes e pensamentos diferentes dos seus. A criança negra precisa se ver como negra aprender a respeitar a imagem que tem de si e ter modelos que confirmem essa expectativa. Sem raízes um povo não constrói sua identidade, para o aluno "branco" descendente de europeus é fácil construir sua identidade, pois a sociedade produz conhecimentos que respeitam este grupo.
Muitas vezes a escola tem o poder de valorizar, segregar, discriminar e até eliminar a identidade negra de sala de aula.

DIVERSIDADE ÉTNICO- RACIAL: CONSCIÊNCIA NEGRA NA SALA DE AULA (PARTE II)

OBJETIVO GERAL
•Valorizar a cultura afro-descendente, reconhecendo a sua presença de forma positivada nos diversos segmentos da sociedade, no que diz respeito à literatura, arte, culinária, religião música e dança.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
•Discutir as relações raciais no ambiente escolar;
•Reconhecer e valorizar a cultura africana e afro-descendente, como formadora da nossa cultura;
•Promover o respeito pelas várias etnias;
•Reconhecer a constante presença da marca africana na literatura, na música, na culinária, na arquitetura, na lingüística, na criatividade na forma de viver, de pensar, de dançar, de rezar.
ENCAMINHAMENTO:
1. Leitura e discussão do livro "Menina Bonita do Laço de Fita" – Ana Maria Machado;
2. Montar uma paleta com massa de modelar: tons de bege e marrom. Ir misturando as cores, como se uma cor fosse o pai e outra a mãe. Isto permitirá que a criança perceba porque possui tal cor de pele. Aproveite a história de Ana Maria Machado, que demonstra nitidamente o que acontece no Brasil: a miscigenação.
3. Ter em sala de aula objetos tais como roupas, figuras, livros, máscaras, instrumentos musicais, entre outros de origem africana. Montar uma maleta onde esses objetos possam ser guardados e levados para casa, para descrição. Cada dia um aluno leva a maleta, escolhe um objeto e escreve sobre ele. No outro dia compartilhar com a turma sua experiência e lê o que escreveu.
4.Em um sulfite, os alunos deverão desenhar como imaginam a África.Expor os desenhos e conversar sobre eles, comparando – os com imagens de alguns países da África, seus costumes, localização, belezas naturais etc.
5. Montar um texto coletivo sobre a África a partir destas observações e montar um cartaz sobre a sua nova visão da África, com desenhos do que mais gostou.
6. Contar a história "Bruna e a Galinha d´Angola": leitura, discussão oral. Localização de Angola no mapa; característica do lugar; língua falada; construções entre outras curiosidades. Enfatizar como na cultura africana, é forte o respeito pelos mais velhos e suas tradições orais.
7. Confeccionar em equipe, algumas bandeiras de países africanos; exposição das mesmas.
8. Com dobradura, construir casa africanas, pintar explorando também as cores e as formas geométricas utilizadas por eles. Ver casas Ndebele.
9. Em revistas, fazer uma pesquisa de figuras de personagens negros ou afro descendentes, para conversação e montagem de uma painel. Leitura de algumas biografias: Pelé, Mandela, Zumbi dos Palmares.
http://www.geledes.org.br